terça-feira, 18 de novembro de 2014

Chile é o primeiro país da América do Sul a taxar emissão de carbono



A fim de diminuir a poluição, melhorando a qualidade, o Chile deu um passo à frente dos demais países da América do Sul e taxou suas emissões de carbono. Isso foi possível com a nova legislação fiscal ambiental, de 26/09, promulgada por Michelle Bachelet, presidente do país.

O imposto sobre carbono tem como alvo o setor de energia, principalmente grandes fábricas e geradoras que operam usinas térmicas com capacidade instalada igual ou superior a 50 megawatts. A taxa é de 5 dólares por tonelada de dióxido de carbono (CO2) liberado. Mas pequenas usinas estão isentas.

Jorge Valverde Carbonell, do Ministério das Finanças do Chile, disse ao The New York Times* que o imposto foi motivado por preocupações sobre mudanças climáticas, que já estão expandindo desertos no país. Segundo o jornal, esse tipo de taxação já acontece na União Europeia. Apesar de o padrão local ser de 8 dólares por tonelada de CO2 liberado, especialistas afirmam que a medida ainda é frouxa.

A taxa chilena é inferior à aplicada na Europa, mas é mais cara do que a taxa do México. De acordo com notícia publicada pela Reuters*, o imposto mexicano sobre carbono é de 3 dólares por tonelada. As empresas locais também podem usar os créditos de carbono para deduzir impostos, algo não considerado no Chile.

A medida faz parte de ampla reformulação do sistema fiscal chileno. O objetivo da taxação é forçar produtores de energia a usar gradualmente fontes mais limpas a fim de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

O imposto sobre carbono é a ação mais recente de uma série de medidas que o governo chileno tem tomado para diminuir a dependência de combustíveis fósseis e incentivar fontes renováveis de energia. O país tem em seu deserto, por exemplo, a segunda maior usina de energia solar da América Latina. Atualmente, a maior delas fica no Brasil, em Florianópolis.

A meta do Chile é obter 20% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis até 2025. E de reduzir suas emissões em 20% até 2020, em comparação com os níveis de 2007.


*The New York Times
* Reuters


Foto: 4BlueEyes Pete Williamson/Creative Commons

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