terça-feira, 27 de agosto de 2013

Permacultura: uma solução ao ecochato


Workshop de permacultura no Japão. 
A permacultura é uma forma de construir sistemas humanos sustentáveis, 
financeiramente viáveis e socialmente justos. 
(Foto: Reuters)
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Conheça a história de Suzana, que saiu da cidade grande e transformou sua vida. Hoje ela vive em uma estação de permacultura, produz o que consome e processa todos seus resíduos. 

Economia de água e energia elétrica, alimentação saudável à base de orgânicos e reciclagem de lixo são alguns dos itens comumente encontrados no topo das listas de medidas sustentáveis para se adotar em casa para ter uma vida mais saudável e preservar o meio ambiente. É fácil falar, porém empreender soluções duradouras para essas questões no dia a dia nem sempre é tarefa simples.
A permacultura, ou cultura permanente, é uma forma de construir sistemas humanos sustentáveis, financeiramente viáveis e socialmente justos, ou seja, que garantam que os seres humanos possam viver bem, com conforto, e integrados à natureza. O conceito foi inicialmente desenvolvido por dois australianos, na década de 70, Bill Mollison e David Holmgren, e hoje está amplamente difundido pelo mundo, ganhando cada vez mais adeptos.

“Sempre quis viver de uma maneira respeitosa com o outro, com o meio ambiente, mas o que via por aí era um discurso cheio de ‘não pode isso’, ‘não pode aquilo’. A permacultura é um caminho para quem tem essa busca, mas não quer cair no clichê do ecochato”, explica a professora Suzana Maringoni, 51, que se mudou de São Paulo para Florianópolis há cerca de 20 anos em busca de uma vida mais tranquila para si e para suas filhas e hoje realiza o sonho de morar em uma estação de permacultura, totalmente integrada à natureza.

Ivy Porã e as mudanças no modo de vida
A estação de permacultura de Yvy Porã, que em guarani significa “Terra Boa”, localizada a 50 km de Florianópolis (SC), é um projeto coletivo que desde 2002 reúne 4 famílias em torno do desejo de levar uma vida integrada à natureza. Suzana e seu companheiro, Jorge, estão à frente do projeto.

Ali, a bioconstrução foi usada para levantar uma casa feita de taipa socada, argamassa de terra e serragem e pedaços de troncos de árvores. O forno a lenha aquece a casa no inverno. Os canteiros em torno de sua casa são utilizados para plantar os alimentos que serão consumidos.

A água da chuva é recolhida para reaproveitamento e foi implantado na casa um sistema usando folhas de bananeira para fazer evaporar a água utilizada em pias e chuveiros (a que não teve contato com coliformes fecais).

A descarga foi substituída por um tonel com serragem, e o lixo orgânico é transformado em adubo para o seu pomar. “Precisei romper com a ideia de que o governo e o poder público têm de cuidar da minha água e do meu esgoto. Esse foi o maior paradigma que quebrei com a permacultura”, conta ela.

A alimentação também sofreu mudanças. Suzana consome apenas alimentos orgânicos, integrais e, principalmente, aqueles produzidos em seu sítio, ou oriundos de colheitas de vizinhos. O mesmo vale para a carne. “Na permacultura nós temos respeito pelo animal, fazemos uso de toda a sua carne. Quando abatemos um boi, comemos o filé mignon, mas também a carne do pescoço”, explica.

Com isso, criaram um sistema que pode ser considerado autossuficiente. “Sustentabilidade se faz distribuindo espaço para que todos possam fazer o manejo de sua comida e de seu lixo. Para que possam plantar sem passar necessidade e processar seus resíduos sem que o meio ambiente seja agredido”, conclui. 


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Fonte: sustentabilidade.allianz.com.br

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