Bugio-marrom (Alouatta guariba guariba), macaco brasileiro sob risco de
extinção:
de acordo com o estudo, o número atual de cientistas
trabalhando para identificar
novas espécies é recorde | Wikimedia Commons
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Estudo reduziu as taxas de extinção de espécies a um quinto dos cálculos feitos anteriormente
Os temores de que a maior parte das espécies da Terra será extinta antes de ser descoberta pela ciência são "alarmistas", conclui um estudo internacional divulgado esta sexta-feira.
Cientistas começaram a examinar as estimativas segundo as quais haveria
100 milhões de espécies em todo o mundo e que elas estariam
desaparecendo a uma taxa de 5% por década, o que significa que
desapareceriam antes de os pesquisadores terem a chance de descobri-las.
Em artigo publicado na revista Science, cientistas de Nova Zelândia,
Austrália e Grã-Bretanha informaram que os cálculos se baseiam em uma
avaliação superestimada de quantas espécies ainda seriam desconhecidas.
Segundo eles, cerca de 1,5 milhão de espécies de animais e plantas já
foram catalogados e modelos estatísticos demonstraram que o número total
existente seria mais próximo dos 5 milhões do que dos 100 milhões.
O estudo, publicado nesta sexta-feira, também reduz as taxas de
extinção a menos de 1% por década, um quinto do nível dos cálculos
anteriores.
"Nossas descobertas são, potencialmente, uma boa notícia para a
preservação da biodiversidade global", afirmou o principal autor da
pesquisa, Mark Costello, da Universidade de Auckland.
"Superestimar o número de espécies na Terra é contraproducente porque
pode fazer as tentativas de descobrir e preservar a biodiversidade
parecerem desanimadoras. Nosso trabalho sugere que isto está longe da
verdade", acrescentou.
Costello afirmou que o estudo reforça a previsão de que todas as
espécies da Terra poderiam ser identificadas nos próximos 50 anos,
particularmente porque o número de taxonomistas, cientistas que
descrevem novas espécies, está aumentando.
"Nomear uma espécie dá reconhecimento formal à sua existência, tornando muito mais fácil a preservação", declarou o cientista.
No artigo, os estudiosos admitiram que a Terra está no meio de uma
"fase de extinção em massa causada pelo homem", mas chegaram a
conclusões mais otimistas sobre a biodiversidade do que outros
cientistas, tais como aqueles da Academia de Ciências da Califórnia.
Em 2011, a academia informou que "apesar dos esforços intensivos para
documentar a vida na Terra, os cientistas estimam que mais de 90% das
espécies deste planeta ainda estão por ser descobertas".
"Frente à degradação e à perda de hábitat em larga escala, muitas
destas espécies estão desaparecendo antes que nós sequer tomemos
conhecimento de sua existência", acrescentou.
Costello e seus colegas afirmaram que todo encontro de biólogos ou
conservacionistas não estaria completo sem que preocupações como estas
sejam levantadas.
Mas eles afirmaram que o desenvolvimento da ciência em áreas biológicas
relevantes, como a Ásia e a América do Sul, significa que mais
cientistas do que nunca estão trabalhando para identificar novas
espécies.
"Algumas pessoas se desesperam de que a maioria das espécies fique extinta antes de serem descobertas", destacou o estudo.
"Contudo, tais preocupações resultam de dados superestimados de quantas
espécies podem existir, crenças de que o expertise em descrever
espécies está decaindo e estimativas alarmistas de taxas de extinção",
concluiu.
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Fonte: Exame.com, em 25/janeiro/2013
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